A dor
Há um espinho na carne de todo mundo que é inerente a nossa condição humana de não sabermos o motivo da existência.
Não bastasse a dor de incertezas, da realidade das injustiças, da dificuldade de vivência consigo mesmo, ainda somos postos ao relacionamento interpessoal.
Sem relacionamento com os outros, a dor seria insuportável ao ponto de finalizarmos a existência.
Viver deve estar ligado ao relacionamento.
Mas, a necessidade e a dor parecem coexistirem.
Explico, os relacionamentos são baseados no interesse. Não falo de questões financeiras, falo de interesse em sentido amplo. Desde o mais altruísta (se é que existe) quando visamos fazer o outro feliz, até o mais abjeto de interesse que visa só seu bem estar.
Tentando-me livrar de uma lógica puramente capitalista e econômica, de fato os contratos existem cotidianamente, nos relacionamentos. Saber compor esses interesses é o maior desafio.
Daí concluir-se que a dor é inerente, porque quando não há acordo ou composição de interesses os relacionamentos não existem, mas no fundo a vontade não era o fim. A verdade é que o nosso interesse nem sempre prevalecerá.
Schopenhauer nessas horas leva crédito ao deduzir que vida é dor.
O desafio fica, como compor interesses? Ou se doa completamente e assume-se a dor de não viver seus interesses ou vive-se a dor da ausência.
Podemos deduzir então que vida é dor?
No fundo tento acreditar que dor é amor.
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