Contingências
Há uma contingência na vida que é insuperável. A dúvida do sentido, da razão, do porque as coisas são como são, será sempre um limitador da vida plena.
Alguns propõem uma vida plena, na plenitude da vida não plena, é um subversão atraente.
O paradoxo tão necessário e inevitável, parece ser a única coisa que faz sentido, mas como? É isso, ao mesmo tempo: amor e sua completa ausência!
Ser feliz na tristeza, e as vezes ser triste quando se está feliz. É a contingência de que falo.
O medo disso pode te fazer não ter medo. Nada é matemático, ao mesmo tempo que é.
[...]
Que é a vida, que é a contingência? Que é o conhecimento, senão a própria ignorância?
Quando me ative a tentar refletir sobre o que não me cabe refletir, me senti um completo inexperiente, muito embora isso tenha me trazido experiência. Hoje, a cada noite, cada dia, sei que não me cabe tratar de tais coisas, pois elas em si mesmo tratam de mim, como contingência inarredável.
É, existe um grau de algo comum em todos nós, do qual somos nós mesmos que criamos e que não queremos. Somos por essência aquilo que não deveríamos, e queremos de fato ser assim.
Quanto menos reflexão sobre contingências, mais a normalidade dessas tais contingências lhe tomam com facilidade e lhe superam sua falsa compreensão de que as coisas correm para um ponto certo. Parece que ao se perceber ausente o controle, dele não mais fazemos questão.
Diante disso, fico a pensar se esta reflexão se faria necessária, mas não estaria eu sucumbido pela contingência? Se não me cabesse mais decifrar, já não seria mais contingência. Vida plena seria.
Muitos ousaram, subverteram, tentaram se livrar das contingências, mas será possível? Qual de nós regressou para dizer que logrou êxito?
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